POR: Luiz Fernando Ramos Aguiar

A rotina policial brasileira é desanimadora. O policial que está na linha de frente vive uma missão ingrata. Todos os dias presencia seus esforços, muitas vezes realizados com risco à própria vida, sendo destruídos por políticas penais excessivamente brandas. Eles prendem, se dedicam, enfrentam o crime com coragem, apenas para ver os mesmos criminosos reincidentes sendo soltos em audiências de custódia, beneficiados por progressões de pena precoces ou absolvidos por brechas jurídicas criadas por um sistema conivente.

O que aconteceu nesta semana é apenas mais uma evidência desse cenário. Um retrato da ideologia doentia que protege o criminoso e abandona sua vítima. Essa ideologia se apresenta com discursos sofisticados sobre justiça social, despenalização e desencarceramento, mas no fundo contamina as mentes e os corações de estudantes, juristas, advogados e até mesmo de policiais. Trata-se de uma espécie de lavagem cerebral que promove a impunidade em nome de uma justiça distorcida.

Nesta semana, um homem com 86 passagens pela polícia foi preso novamente por agentes da Décima Segunda Delegacia de Polícia, em Copacabana. De acordo com a investigação, Patrick Rocha Maciel, de apenas 21 anos, cometeu quatro furtos em menos de um mês em que esteve em liberdade.

Os alvos foram apartamentos, uma farmácia e até uma igreja presbiteriana.

Patrick responde por diversos delitos, a maioria por roubo e furto. Mesmo com esse histórico impressionante, ele estava solto. Esse fato demonstra a disposição do Estado brasileiro em proteger e libertar até mesmo os criminosos mais perigosos, ignorando o histórico de reincidência e os riscos à sociedade.

Durante a apuração, o delegado descobriu que Patrick havia sido preso poucos dias antes por outro furto, pouco tempo após deixar a prisão.

Segundo o delegado Angelo Lages, “Patrick é um velho conhecido da Polícia Civil. Tem um histórico criminal extenso. Começou como adolescente infrator e já acumula 86 passagens por crimes patrimoniais, roubo e tráfico de drogas. Agora está preso novamente”.

O delegado ainda completou: “Quando realizamos o levantamento para cumprir o mandado de prisão, descobrimos que ele já havia sido detido por furto a um estabelecimento comercial no dia 29 de junho deste ano”.

Delegado Angelo Lages

Além dele, um comparsa identificado como Renan Dantas dos Santos, conhecido como Rhiana, também foi preso.

A carreira criminosa precoce de Patrick revela outra grave falha do sistema brasileiro: a impunidade dos infratores com menos de 18 anos. Amparados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, esses jovens sequer podem ser chamados de criminosos. Segundo a legislação, eles não cometem crimes, e sim atos infracionais, um termo que suaviza a gravidade dos delitos. O mais preocupante é que, ao atingir a maioridade, todo o histórico de crimes é apagado, já que, segundo a lei, essas pessoas ainda estão em fase de desenvolvimento e merecem uma nova chance. Chance essa que muitas de suas vítimas jamais terão.

A pouca idade de Patrick chamou a atenção dos policiais. “Ele tem apenas 21 anos, nasceu em 2003. Vai completar agora 22 anos e já possui esse extenso histórico criminal”, afirmou o delegado.

Enquanto isso, os cidadãos brasileiros vivem aprisionados por um sistema de justiça criminal que falha em protegê-los. Criminosos reincidentes como Patrick seguem sendo amparados por juízes, intelectuais e políticos que parecem mais preocupados com os direitos dos delinquentes do que com a segurança da população. Policiais seguem enxugando gelo, arriscando suas vidas e suas carreiras para capturar criminosos que logo estarão nas ruas novamente.

Essa é a realidade do Brasil, um país que se tornou uma incubadora de criminosos. Um ambiente ideal para o crescimento de facções, quadrilhas e também de marginais como Patrick que, se tivesse sido responsabilizado desde sua primeira infração, talvez nunca tivesse chegado às manchetes dos jornais. Agora, com um currículo que impressiona até os mais experientes delegados, ele já possui as credenciais ideais para ser recrutado por organizações como o Primeiro Comando da Capital, o Comando Vermelho ou qualquer outro grupo que se alimenta da impunidade institucionalizada.

Referência:

As informações sobre os fatos foram extraídas do Potal G1, link https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/07/11/homem-de-preso-novamente-apos-mais-furtos.ghtml