POR: Luiz Fernando Ramos Aguiar (Major Aguiar)

O ex-presidiário Lula não cansa de surpreender seu eleitorado com declarações desastrosas. Depois de afirmar que as pessoas não deveriam ter mais de uma televisão em casa e de insinuar que policial não é gente, o candidato petista eleva o patamar da verborragia defendendo os sequestradores do empresário Abílio Diniz. As sucessivas patacoadas do líder da esquerda brasileira nos levam a levantar suspeitas sobre sua sanidade mental, ou melhor, sobre sua determinação em sair vitorioso da eleição deste ano. Mas se tudo é fruto de uma atitude voluntária e consciente, o problema é muito mais grave do que pensávamos. Pois se o cidadão é capaz de defender sequestradores de forma pública e orgulhosa, quais serão os eventos dos quais ele se envergonha e esconde nas sombras de sua alma? O espantoso é que os maiores absurdos ditos pelo Sr. Lula estão, quase sempre relacionados com o crime e a segurança pública.
O empresário Abílio Diniz foi sequestrado por um grupo de ativistas do MIR (Movimento de Esquerda Revolucionária) Chileno. O episódio ocorreu em dezembro de 1989 e o empresário ficou sob poder dos criminosos por sete dias. O cerco ao cativeiro durou 36 horas e os sequestradores pediam um resgate de trinta milhões de dólares. Os “jovens”, defendidos pelo candidato petista, receberam penas que variaram de 26 a 28 anos de prisão.
O idealismo dos meninos não respeitou a família da vítima ou leis do país, em nome do ideal revolucionário qualquer ação era válida, mesmo a prática de um crime covarde e hediondo. A defesa de Lula desses criminosos revela o modo como a esquerda brasileira enxerga o fenômeno criminal. Contaminada pela criminologia crítica, tenta estabelecer a narrativa de que os marginais são vítimas de uma sociedade opressora. Nessa lógica doentia os policiais, e agentes do estado, são ferramentas de injustiça e as vítimas dos criminosos são descartadas da equação, como se o sofrimento deles não tivesse importância.
As declarações de Lula, na verdade, foram sinceras. Ele realmente acredita que aqueles sequestradores não deveriam permanecer presos. E este é um sintoma claro de como os progressistas enxergam a esfera da segurança pública. Essa visão é responsável pela crise apocalíptica do crime no Brasil, fruto de uma sequência de legislações garantistas que focam nos direitos dos criminosos e deixam de lado o cidadão comum, que tenta viver de forma ordeira e respeitando as leis. Os princípios foram inoculados em nossa constituição, sob o pretexto de proteger as pessoas dos resquícios do regime militar. Contudo floresceram na implementação de leis injustas, como: o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente); a Lei 9.099 que trata dos crimes de menor potencial ofensivo; o Estatuto do Desarmamento lei Nº 10.826; a lei nº 13.964, que estabelece o atual modelo de progressão de regime; e a lei nº 13.964, que em seu bojo estabelece as famigeradas audiências de custódia. Isso sem contar com os acordos internacionais que o país adere e incorpora mecanismos legais completamente apartados de nossa realidade.
As doutrinas progressistas, aplicadas sob a justificativa de proteger os direitos humanos, são os alicerces das mais injustas e contraditórias leis em vigor no país. Além disso, como essas ideias dirigem o imaginário da intelectualidade e dos acadêmicos da esquerda, que dominam suas respectivas esferas profissionais, acabam criando um ambiente cultural favorávél ao agravamento do quadro. O resultado é uma nação de joelhos para o crime organizado, seja nas periferias das grandes cidades ou nos gabinetes das autoridades mais poderosas da república.
Estamos em uma encruzilhada, e os caminhos que temos à frente não são meramente teóricos. O que as pessoas precisam entender é que os discursos não estão descolados da realidade, ao contrario, são projetos para mudá-la. Quando os ideiais da esquerda começaram a ser implementados as pessoas viam com tolerância e credulidade a adoção das medidas mais estapafúrdias, e quem ousava contrariar o consenso acadêmico e político acusado de alarmista, autoritário ou defensor da ditadura. Os diplomas, títulos sempre foram usados como validadores das teorias mais imbecis, o fetiche dos brasileiros por esses simbolos externos de conhecimento, muitas vezes sem lastro, nos fez aceitar as mudanças como cordeiros em direção ao matadouro. Para alterar o atual quadro é fundamental que as pessoas se apeguem a lógica, as soluções que funcionaram em outras nações e deixar de lado o amor aos medalhões. Afinal, vamos acreditar em nossos olhos ou no que os teóricos da esquerda estão nos falando?
Os discursos do Lula são apenas o sintoma mais aparente de uma patologia grave, que tomou hegemonicamente todos os meios tradicionais de propagação de informação e do conhecimento. Contudo, temos as redes sociais e as mídias independentes que dão relevancia as vozes dissidentes. Não tem glamour ou dinheiro do mainstream, mas ignorá-las nos deixará eternamente reféns dos criminosos e de seus defensores.
