Romanos 3:23 – pois todos pecaram e carecem da graça de Deus.

Uma coisa é clara. Existe uma condição que coloca todos os seres humanos nas mesmas condições diante de Deus. Não importa quanto dinheiro se tenha ou quantas vezes se vá à igreja durante a semana, o pecado separa todos os seres humanos da presença do Senhor. A separação do Criador desperta em nossa alma um sentimento de solidão, uma sensação de vazio, nos faz incompletos. Fica-se com a impressão de que falta algo mesmo quando se tem, aparentemente, tudo.
Desde que comecei minha caminhada com Cristo sou assolado por uma perturbação constante: porque não consigo eliminar o pecado de minha vida? Mesmo depois de experiências marcantes poderosas na presença de Deus acabo voltando aos meus erros, deixando alvo de lado.
Fico claramente perturbado e busco com sinceridade no coração evitar o pecado, mas, vez por outra, me pego envolto na sujeira e na vergonha mais uma vez. Nestes momentos sinto que não sou merecedor do perdão e da comunhão de Deus, chego a evitar Sua presença, fugindo das minhas orações ou deixando de freqüentar algum compromisso na igreja. Como se pudesse fugir do criador. “Daniel 2:22 Ele revela profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz”.
Na verdade não merecemos nada da parte do Senhor, nossa conduta, por mais justa e acertada, não é suficiente para garantir nossa comunhão com o Criador. Ainda assim, não podemos ser dominados pela culpa, auto piedade, ou por nossa própria justiça. Somos dotados de uma visão limitada e desfocada dos propósitos do Senhor para nossas vidas. E mais não temos o direito de decidir por nos mesmos qual será nossa punição ou como devemos ser tratados. No processo de cura nossa parte consiste no arrependimento e na confiança na obra redentora de Cristo através do Espírito Santo.
Quando tentamos nos afastar de Deus impomos uma punição espiritual, mas a verdade e que não nos foi delegada essa autoridade. Afastamo-nos de Deus para que Ele reconheça nosso “bom caráter” ou nossa “coerência”.
Dizemos em nosso coração:
– Não tenho coragem de pedir perdão mais uma vez…
– Já é a décima oitava vez que caio neste mesmo pecado não tenho coragem de incomodar o Senhor de novo.
-Não mereço estar na presença do Senhor.
– Vou ser coerente com meus atos pequei agora preciso encarar as conseqüências de meus atos, sozinho.
– Não vou orar agora vou ficar tantos meses sem cometer esse mesmo erro, depois disso vou procurar o Senhor.

Precisamos nos lembrar de algumas coisas:

1. A verdade é que nunca merecemos o favor de Deus: Efésios 2:4 a 10.


2. Por mais envergonhados devemos ainda buscar o Senhor, pois Ele não despreza a sinceridade de nosso coração: Salmos 51: 17 – Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.


3. Quando determinamos nosso próprio destino estamos ocupando um lugar que não é nosso, uma vez que converter-se significa renegar nossa justiça, valores e o poder de controlar a nossa vida. Mateus 16:24 – Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome sua cruz e siga-me. 25 Porquanto, quem quiser salvar sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á.

Contudo, acredito que a reincidência no pecado reside em um fato muito mais simples do que podemos imaginar. O que nos leva ao pecado é a incerteza do nosso coração quanto às verdades do Senhor. Nossa fé é muito pequena.
Pois, se em nosso coração, existe a convicção absoluta de que o pagamento do pecado é morte como podemos pecar com tanta facilidade. É fácil responder, não possuímos uma convicção absoluta sobre nossa fé.
Pessoas que possuem esta convicção não se deixam levar com facilidade, o temor e o tremor diante da eternidade e do poder de Deus leva a uma postura mais decidida. Afinal no momento em que tomamos por realidade a grandeza do Senhor e o mistério da eternidade todos os nossos valores terrenos são postos em cheque.

• Qual é a importância de um imóvel, quando comparado com a Jerusalém celestial?
• Qual é a relevância de meu emprego, quando comparado à carreira que me é proposta por Deus?
• Por que fico preocupado com contas, dinheiro e conforto? Qual o significado destas coisas quando se olha para a eternidade?
• Qual o valor da minha existência física comparada à eternidade?
• A luta diária contra o relógio significa alguma coisa quando servimos ao Senhor do tempo?
• Como pecar quando acredito realmente que estou arriscando minha eternidade?

Muitas vezes tratamos os ensinamentos do senhor como mitologia. Histórias que nos servem de inspiração, lições preciosas que nos permite viver em um patamar superior de ética e moral. Parábolas que inspiram uma filosofia poderosa e transformadora. Mas, ainda assim, a idéia de uma verdade universal e definitiva parece fugir do alcance pleno de nossa capacidade intelectual.

Com a boca declaramos e confessamos uma fé inabalável. Basta uma olhada mais atenta à nossa rotina para termos claro que, muito do que falamos, não passa de retórica vazia, palavras que não encontram lastro em nossas atitudes. Talvez nosso maior pecado seja não admitirmos ou sequer falarmos de nossas dúvidas, fraquezas e incertezas. Provérbios 28:13 e 14 – O que encobre suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.

Salmos 32:5 – Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado.

Tiago nos ensina que a fé demonstrada não por palavras, mas por nossos atos Tiago 2:18 até 25.
A fé não é um sentimento etéreo que se manifesta de forma mística, antes ela se prova diariamente na vida do cristão. Em cada decisão, atitude ou palavra provamos ou negamos nossa fé.
Hebreus 11:06 De fato sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam.